Assinalou-se ontem a data histórica que terminou com o sofrimento de milhões de pessoas encerradas nos campos de concentração nazis.
Na Escola Básica nº 2 de Avelar, esta data foi evocada, através de uma exposição de trabalhos de alunos do Clube Europeu, aos quais se associou a Biblioteca Escolar, organizando e expondo os trabalhos dos alunos
Há 70 anos foi libertado o campo de concentração mais associado ao extermínio dos judeus pelo regime nazi. Mas demorou anos até haver uma compreensão generalizada de que os judeus tinham sido vítimas de um genocídio.
Quando entraram em Auschwitz, a 27 de Janeiro de 1945, encontraram um local onde foram mortas 1,5 milhões de pessoas e que se tornou num testemunho da crueldade nazi, mas que só ao longo dos anos se transformou num símbolo do Holocausto dos judeus.
O que o Exército Vermelho encontrou ao entrar em Auschwitz, após enfrentar feroz resistência nazi – o campo era secreto, e era segredo de Estado o que o regime estava a fazer aos judeus –, chocou soldados que pensavam já não poder ser surpreendidos. Além de pessoas que eram apenas esqueletos, crianças usadas para experiências científicas, descobriram toneladas de cabelo humano – para usar na indústria têxtil – e de roupa, sapatos e objectos pessoais em ouro, que incluíam dentes, que seriam enviados para a Alemanha. Eram coisas que punham os soldados a chorar.
“Tinha visto pessoas enforcadas, pessoas queimadas. Mesmo assim não estava preparado para Auschwitz…”, recordou Anatoli Shapiro, comandante do 1085.º Regimento do Exército Vermelho, o primeiro a entrar no campo.
“Vimos logo as fileiras de casernas. Abri a porta de uma. O fedor era insuportável. Era uma caserna feminina, e havia poças de sangue congeladas no chão, e cadáveres no chão. E lá pelo meio havia ainda pessoas vivas, seminuas, vestidas só com roupa interior fina – em Janeiro! Os meus soldados recuaram, horrorizados. Um deles disse: ‘Não consigo suportar isto. Vamos sair daqui. Isto é inacreditável!’”
Mas os soldados insistiram, continuaram a abrir as casernas e a descobrir “pessoas emaciadas, brutalmente torturadas”, na descrição do tenente Ivan Martinushkin. “Já não pareciam pessoas”, disse o sargento Genri Koptev. “Tinham uma pele tão fina que se podia ver as veias e os olhos estavam salientes, porque os tecidos à volta tinham desaparecido. Quando esticavam as mãos, podia-se ver cada osso, cada tendão e articulação. Sentimo-nos tomados pelo terror. Ninguém nos tinha preparado para isto.”
In jornal O Público
3 comentários:
Que horror! E há quem queira deixar esquecer este genocídio...:(
Só esquecemos se quisermos...
A memória do sofrimento fortalece a moral das nossas crianças, e amadurece o seu sentido de responsabilidade. Sabemos que os professores são a "matéria" privilegiada para se ocupar dessa missão. Bem hajam.
Enviar um comentário